
Theresa May, anunciou esta manhã a sua demissão, abandonando a liderança do Partido Conservador no dia 7 de junho. May permanecerá, contudo, Primeira-Ministra até que seja encontrado um novo líder para o Partido Conservador.
A demissão é o culminar das sucessivas dificuldades que May enfrentou em fazer aprovar o Acordo negociado com a União Europeia para a concretização do Brexit. Após o Parlamento Britânico ter rejeitado três vezes o Acordo, May preparava-se para uma quarta votação na primeira semana de junho, considerando que as negociações desenvolvidas com o Partido Trabalhista seriam suficientes para alcançar a maioria.
Porém, a última semana auspiciava a breve demissão da Primeira-Ministra – no dia 17 de maio, Jeremy Corbyn anunciara que o diálogo com o Partido Conservador ia cessar, dada a fragilidade da liderança de May e a crença na sua incapacidade de executar o Brexit em termos vantajosos para o Reino Unido. Já no dia 22 de maio, a líder da bancada do Partido Conservador na Câmara dos Comuns, Andrea Leadsom, demite-se, alegando que o Acordo proposto não resultaria num Reino Unido verdadeiramente soberano.
A retirada de May é anunciada após reunião com Graham Brady, líder do Comité 1922, que reúne deputados conservadores sem cargos no executivo. Vários líderes europeus, como Angela Merkel e Emmanuel Macron, já se pronunciaram sobre a demissão, com este último a solicitar esclarecimentos sobre quais serão os passos a seguir para o Brexit.
Com o Brexit agendado para o dia 31 de Outubro e os sucessivos avisos da União Europeia de que não haverá reabertura de negociações, o próximo líder conservador terá de preparar o Reino Unido ou para um hard Brexit, ou para persuadir os membros do Parlamento a aprovar o Acordo negociado por May.