
Boris Johnson, jornalista-político de profissão que desde 2001 desempenha a função de deputado na Câmara dos Comuns pelo Partido Conservador, tomou posse como Primeiro-Ministro do Reino Unido no passado dia 24 de julho. No seu discurso, garantiu que, antes de 31 de Outubro, o Reino Unido sairia da União Europeia, estando pronto para negociar um novo Acordo que “maximize as oportunidades do Brexit permitindo-nos desenvolver uma nova e entusiasmante parceria com o resto da Europa, baseada no comércio livre e no apoio mútuo”; para que tal aconteça, o mecanismo de “backstop” na Irlanda deverá ser eliminado. Caso não seja possível, Boris Johnson afirma que não hesitará em avançar sem um acordo, não devendo o Reino Unido permanecer na União Europeia mais tempo do que necessário.
Perante o discurso intransigente de Boris Johnson, os mercados reagiram – no dia 29 de julho, a libra caiu 1% face ao dólar pela primeira vez desde Março. Também a União Europeia comentou as declarações do novo Primeiro-Ministro – Jean-Claude Juncker, Presidente da Comissão Europeia, declarou que as propostas elaboradas pelo Reino Unido deverão ser compatíveis com o Acordo; por sua vez, Michel Barnier, chefe das negociações pela União Europeia, declara que as exigências de Boris Johnson são inconcebíveis.
Consequentemente, o Governo de Boris Johnson já iniciou as preparações para um Brexit sem acordo, tendo anunciado no dia 31 de julho a disponibilização de um fundo de 2,3 mil milhões de Euros para sensibilizar os cidadãos sobre ações a tomar, apoiar as empresas (em particular PMEs) e assegurar o fornecimento de fármacos fundamentais.
O Primeiro-Ministro britânico será hoje, dia 1 de Agosto, submetido ao seu primeiro teste eleitoral nas eleições locais do País de Gales. Em competição com os Liberais Democratas, que procuram recuperar o sucesso eleitoral registado nas eleições locais e europeias de Maio, Boris Johnson precisa de vencer para manter uma maioria de dois deputados no Parlamento. Este primeiro teste será relevante para aferir a popularidade do novo Primeiro-Ministro, que, de acordo com sondagem (YouGov, 29-30 julho), 42% dos britânicos consideram o mais apto para liderar o país.